Na sociedade de mobilidade crescente, que vem substituindo a sociedade à dominante sedentária, o contato com estranhos/estrangeiros/desconhecidos aumenta velozmente, alterando instituições basilares da sociedade como casa, vizinhança, família, trabalho. A garantia de ser bem recebido em todos os lugares para onde vamos torna-se uma necessidade.
A urbanidade, o tratamento polido, mas impessoal não é mais suficiente. Crescem as reivindicações por uma hospitalidade mais carregada de calor humano. Mesmo no comércio, termos como customização, fidelização são marcas da aspiração de pessoalidade no encontro.
A discussão desses temas é o contexto para o propósito deste artigo de, com base nas reflexões de Jacques Derrida, Marcel Mauss, Julian Pitt-Rivers e Anne Gotman, desvelar as quatro leis básicas da hospitalidade: a incondicionalidade, a reciprocidade, a assimetria e a compensação. Adicionalmente, pretende levantar outras questões que surgem à margem
da atual discussão, em especial o caso do turismo.
- Anexo