ArtigosGestãoPublicações

Divagando sobre a hospitalidade

Hoje me deparei com a leitura de um artigo no jornal Estadão de 22 de junho, na coluna de Mr. Miles, aquele que fala sobre viagens e é conhecido como o homem mais viajado do mundo. Se ele existe mesmo, tenho lá minhas dúvidas.

O que vale comentar é sobre algumas partes do artigo, cujo título é Hotéis de Verdade. Ele é questionado sobre quais qualidades aprecia ou detesta num hotel, o que responde de forma bem objetiva sobre o tema da hospitalidade e cortesia.

Hotel hospitaleiro para ele é aquele – não existe muitos, vale reforçar – onde você se sente bem recebido quando chega. Nada de sorriso plástico, programado e ensaiado.

O sorriso tem que ser aquele onde você percebe que o olhar se ilumina e enche as bochechas de vontade de saudar, prazerosamente. O hóspede se sente como um velho amigo voltando para o lar.

Confesso que adorei a colocação e tem tudo a ver com que eu busco trabalhar na hospitalidade no mundo empresarial. É quando você chega numa empresa e se sente abraçado por ela!! Que coisa boa é isto, ainda mais nos tempos atuais que resultado rápido é a bola da vez, e para isto falta tempo em usar e abusar de momentos sinceros. Mr. Miles avança no tema e diz que a cortesia é um dom, uma habilidade inata que tem origem nos antigos valores de um povo, ou seja, uma extensão da hospitalidade. Nada mais justo que ser paga por isto, nada errado.

Vou mais longe ainda, poderia agregar que estas lembranças memoráveis fazem com que voltemos a estes locais, procuremos as pessoas que nos acolheram e que jamais esqueceremos destes momentos, seja quando tempo se passar, eles fazem parte da nossa história.

O autor ainda descreve sobre decisões tomadas por hotéis que não se entende como um hóspede pode gostar de ter que encaixar uma chave na parede para a energia funcionar, luzes que se acendem apenas quando você passa. Será que os hóspedes realmente pediram para ser tratados assim?

Há ainda momentos de surpresa quando você paga caro por serviços óbvios, que, inteligentemente poderiam estar embutidos nas diárias cobradas e não fariam nem diferença.

Concluindo minha análise, se queremos nos sentir em casa, se queremos nos sentirmos bem quando chegamos nestes locais, porque não perguntam para nós o que realmente queremos para nos sentirmos assim? A pergunta é claramente óbvia, mas parece estar longe da realidade vivida. Percepção é tudo e perguntar não ofende!

Autor: Beatriz Cullen – Junho de 2010