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Tapume vira ponto de ônibus- Gentileza Urbana

Quem passou pela Rua Pio XII -Cidade de Cascável, nos últimos dias se deparou com uma novidade. No lugar onde será construído um edifício residencial, ao invés de um tapume de obra, os moradores do bairro Cancelli se depararam com um ponto de ônibus – com cobertura, iluminação e floreira.

Tapumes são formas de fechamento temporárias utilizadas para proteger uma área onde irá acontecer uma obra. Geralmente essas estruturas são feitas de telhas de zinco, material bastante econômico e que atende a função de fechar o local durante a obra. O problema é que, como a construção de um edifício pode levar vários anos, os moradores do entorno tem que conviver com essas estruturas por muito tempo.

Uma construtora de Cascavel se preocupou com essa situação e quis fazer mais que um simples fechamento. Ela resolveu prestar uma gentileza para o bairro que irá acolher este empreendimento, em contrapartida aos transtornos que a obra pode gerar. Assim, transformou o tapume de obra em um espaço bonito e agradável para quem passa pelo local. E como no local já havia um ponto de ônibus, o espaço servirá para que os usuários do transporte coletivo para aguardar com mais conforto, enquanto a obra estiver sendo executada.

A ideia foi desenvolvida em conjunto pela construtora, pelo arquiteto da obra e pela equipe de comunicação. O dono da empresa, Sérgio Casarotto, explica: “Nosso objetivo foi transformar um simples tapume de obra em um espaço que pudesse servir à comunidade durante a obra, dar mais segurança aos vizinhos e mais conforto a quem aguarda o ônibus no local. Ele ocupa apenas o espaço do passeio permitido para a obra e, ao final dela, ele será removido.”

Segundo o arquiteto Caio Smolarek Dias, este tipo de ação é conhecida como “gentileza urbana”: “Isso acontece quando obras privadas agregam intervenções para favorecer o urbanismo e o paisagismo público em seu entorno. Toda obra está cercada de espaço público, e tornar esse espaço melhor para os usuários é algo que deve fazer parte da missão do arquiteto”.

Para Laila Rotter Schmidt, comunicadora, a criatividade é a chave para que hajam mais iniciativas como esta: “A sociedade espera, cada vez mais, que as empresas tenham um propósito, uma razão de existir além do lucro. Ações muito simples e de grande impacto como essa só surgem quando um propósito claro encontra a capacidade de inovação”. 16JUN, 19