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Brasileiro hospitaleiro, será?

Você está satisfeito com o atendimento que recebe das empresas que mais costuma comprar? O que você acha que falta implementar? Sabemos que o objetivo é sempre atender bem o cliente. Será? De que forma? Há um genuíno interesse em me atender ou “cuidar de mim”?

Veja este exemplo. Recentemente, apliquei um treinamento com o pessoal da linha de frente de um dos maiores condomínios empresariais de São Paulo, tais como atendentes, capitães porteiros e engraxates. O principal objetivo era justamente proporcionar encantamento aos clientes e visitantes no local. Com essa experiência foi possível perceber o quanto este tipo de treinamento vem se tornando uma necessidade e não mais um diferencial.

A pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Hospitalidade Empresarial (IBHE), que ouviu cerca de 500 profissionais ligados aos mais diversos segmentos de empresas, revelou esta evolução. Cerca de 46% dos entrevistados já entende que ser hospitaleiro é um conjunto de atitudes tais como ver, ouvir, sentir, tocar, falar e estar atento aos detalhes para promover o relacionamento. E para 27% o que melhor caracteriza a hospitalidade empresarial é que o respeito ao outro. Mas, cá entre nós, que relacionamento se estabelece sem a base do respeito?

Com esses dados percebemos que estamos sim quebrando barreiras. Estas barreiras tem a ver com o cuidar desta relação, literalmente, acolher. Porém, há muito o que fazer. Para se ter uma ideia, ainda para 17% dos entrevistados estas atitudes ou este jeito de cuidar estão restritas aos call centers, centrais de relacionamento e SAC`s.

A proposta da hospitalidade empresarial é proporcionar experiências memoráveis justamente para criar um diálogo na relação, é sempre uma troca onde todos ganham. Se conseguirmos implementar ações que gerem bem-estar, conforto e confiança em parte dos departamentos de empresas já podemos sim ser considerados um país em crescimento no quesito hospitalidade e estaremos evoluindo para receber eventos de grande porte como Copa do Mundo e Olimpíadas. Dizem que Deus é brasileiro, e se isto for verdade, o espírito de servir faz parte do DNA de qualquer um de nós, é só colocar para fora nas atitudes mais simples.

Autora: Beatriz Cullen, Diretora do IBHE – Instituto Brasileiro de Hospitalidade Empresarial, Abril de 2014