A lavagem das pilastras com a obra do profeta foi apenas simbólica, mas ajuda a tornar mais evidentes os ensinamentos de Gentileza, um homem que carregava no nome uma qualidade tão desejada hoje nas grandes metrópoles. “Quem passou pela violência que eu passei, eu acho que tinha que ter o melhor de Gentileza”, diz um senhor. Foi na zona portuária do Rio que o Profeta Gentileza deixou sua mensagem. Uma espécie de cartilha escrita em 56 pilastras onde ele exaltava virtudes como amor, beleza e bondade. Mais de uma década depois de sua morte, as frases pintadas no concreto ainda servem de alerta para quem passa quase sempre apressado pelas ruas da cidade.
“Cada pilastra é uma página de um livro aberto colocado na entrada da cidade do Rio de Janeiro, uma cartilha de ensinamentos da gentileza para a cidade”, diz Leonardo Guelman, do Movimento Rio pela Gentileza Nascido em São Paulo e batizado com José Datrino, ele se mudou para o Rio ainda jovem. Foi dono de uma transportadora de cargas e disse ter recebido um chamado divino depois que um incêndio em um circo em 1961 matou 500 pessoas. “Uma semana depois ele abandonou tudo e foi pregar em Niterói, foi pregar a gentileza. Abandonou, segundo ele disse, a vida material, seus afazeres pelos afazeres espirituais”, conta o cineasta Dado Amaral. A missão de Gentileza foi lembrada nesta quarta-feira na rodoviária do Rio, decorada com as frases do profeta. “Para conhecer quem é o Gentileza, as pessoas vão ter que conhecer gentileza em si mesmas”, diz Leonardo.
Fonte: Jornal Hoje – 11/04/2007